Sobre rótulos e bobagens

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Nova YorkFinal do ano passado, minha irmã e o namorado conheceram em Punta Cana um cara que estava indo pra lá pela 11ª. vez, sempre no mesmo hotel, e aquela viagem em questão era a quarta para lá no mesmo ano.  A primeira reação, é claro, é pensar “pooooutz, mas que falta de criatividade, hein, mi amigo?”. Mas, afinal, quem sou eu pra rotular o cara. Volto sempre que posso para lugares como Paris, Florença, Madri e tantos outros, e voltaria mais vezes se meu dinheiro permitisse. E já voltei algumas vezes para meus hotéis preferidos também. No fundo, cada um é livre para usar seu tempo e dinheiro para ir quantas vezes quiser, para os lugares que quiser, e ninguém tem nada a ver com isso. 

A questão é que os rótulos sobre as pessoas estão cada vez mais comuns hoje em dia para tudo. Todo mundo é rotulado o tempo todo, do “amigo gay” à “gordinha do escritório” ou “aquele nerdzinho”. No que diz respeito ao turismo é igual: com o aumento considerável de gente viajando no planeta (e aumento também considerável de gente escrevendo sobre o assunto, ainda que sem a menor propriedade), rotular o outro de acordo com sua preferência de viagem (“muquirana”, “fresco”, “exótico”, “diferentão”, “empacotado”, “cvc”, “coxinha” etc) virou meio que regra.
No começo da semana a Silvia Matraca contou num post que estava cansada de gente usando o termo turista pejorativamente e o termo viajante como cool, bacanudo, superior. E com razão; embora em inglês os próprios dicionários façam em geral uma ligeira distinção entre os termos tourist e traveller, aqui acabou virando meio que uma convenção social que turista seria o pacotão, maria-vai-com-as-outras, limitado, e que o viajante seria o descoladão, criativo, original. Grande bobagem e puro preconceito: se viajamos pelo mesmo prazer de viajar, a lazer (porque a negócios não dá mesmo para empregar o termo turista, nem mesmo em português), estamos todos no mesmo barco. To-dos.
Se o prazer de viajar para uns está mais associado a compras que museus, ou mais a ônibus de excursão que roteiros independentes, ou mais escapadas para o litoral de São Paulo que grandes viagens internacionais, é tudo uma simples questão de gosto. E gosto você já sabe: não se discute. Ninguém tem nada a ver com como o outro investe seu tempo e seu dinheiro nos dias de férias. E as escolhas que fazemos no que se refere às nossas viagens também pode ser uma questão de fase (faixa etária, situação financeira, estado civil, constituição familiar) e tudo bem, tudo muito bem, a gente mudar de fase ao longo da nossa vida e das nossas viagens – até porque todo mundo muda o tempo todo e nada mais natural que nosso estilo de viajar e nossas preferências também sofram uma mudadinha aqui e outra ali conforme o mundo gira.
Paris
Apesar de ter lido (acho) todos os seus livros de viagem, se tem uma coisa que nunca concordei com o Theróux foi aquela história de que viagem boa TEM que ser sofrida, doída, desconfortável.  Não concordo mesmo. Afinal, “sair da zona de conforto” é parte essencial das nossas férias mas essa expressão significa coisas diferentes para pessoas diferentes. Porque tem gente que acha que viagem boa tem que ter perrengue; mas uma viagem com perrengues é uma coisa que me estressa, chateia, compromete o resto do meu passeio porque sei vou ficar com aquilo na cabeça por dias (mesmo que depois vire história engraçada pra contar pros amigos). 
Democracia em viagem é isso, oras. Cada um no seu quadrado. De novo: é questão de gosto, preferência, perfil, não dá pra julgar. Assim como não consigo achar que quem usa mochila viaja melhor que quem usa mala de rodinhas, ou que quem fica em albergue viaja melhor que quem fica em hotel, ou que quem só come na rua viaja melhor que quem come em restaurante estrelado ou que quem só escolhe destinos insólitos viaja melhor que o cara que quis ir 11 vezes para Punta Cana. Ou vice-versa de tudo isso, you got it.
 
Mas nada impede, é claro, que a gente dê sugestões de experiências de viagem diferentes para os amigos aqui e ali – e aceite experimentar coisas diferentes em novas viagens também. Cada um com suas escolhas de viagem e todo mundo feliz, viajando 😀 Porque, para mim, não existe essa de viajar “bem” e viajar “mal” ou viajar “certo” e viajar “errado”. A viagem tem que ser “boa” e “certa” pra você, baby; no seu perfil, do seu jeito, com seus gostos, dentro das suas possibilidades de tempo e grana. Desmerecer a viagem do outro porque ela não se parece com a sua seria só uma grande prova de que o sentido mais amplo de viajar – na minha opinião, transformar, abrir nossos olhos, ampliar nossos horizontes – seria uma bobagem homérica. E nisso eu me recuso a acreditar. Mesmo. 


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Sobre Mari Campos 2157 Artigos
Mari Campos é jornalista formada, especializada em turismo e lifestyle de luxo, e colabora exclusiva e regularmente como freelancer há mais de quinze anos com textos e fotos sobre o tema para portais, revistas e jornais no Brasil e em outros sete países. O conteúdo deste post foi elaborado e decidido pela autora tendo como único critério a relevância do assunto para os leitores do MariCampos.com. Entretanto, compras efetuadas através dos links deste post podem gerar comissões sobre vendas para este blog.

11 Comentários

  1. Falou tudo Mari. Li esse post e me lembrei que no ano passado uma pessoa me disse ao saber que começaria a conhecer a Europa por Londres e Paris, que eu precisava sair do óbvio….. Não consigo esquecer disso. Incrível como tem pessoas que gostam de detonar os outros. Mas agora estou vacinada – vou para onde quero e como quero, mesmo porque quem vai sou eu, não é verdade!!!!! Um grande abraço

  2. Li esse post na época e acho que será sempre atual, é uma voz contra o preconceito, sobre a uniformização até daquilo que como o nome bem diz, é apenas “lazer”. Acho o máximo alguém que viaja só com uma mochila, já que essa pessoa é feliz assim, mas não serve para mim que sou metódica, troco de roupa três vezes ao dia e não uso duas vezes uma camisa – então, odeio quando essa mesma pessoa por quem me alegro diga que não posso puxar minha malinha de rodinhas cheia de camisas por aí (até pq não estou pedindo que o faça por mim). Assim, embora não curta viajar com pacote turístico, pois encontro prazer no planejamento, em fazer roteiros e reservas, não acho impeditivo para a felicidade desejar pensar “em nada” e ter uma van esperando na porta do hotel. Aceitar as diferenças, nada mais é do que se viver democraticamente. Maravilhoso! Abraços.

  3. Que ótima inspiração para escrever um post sobre um assunto que incomoda tanta gente. Perdi a conta das vezes que criticaram o fato de eu viajar sozinha.Respeito pelas diferenças é tudo.Gostaria de ver seu texto publicado nas revistas de viagem.

  4. Com certeza, rótulos são furados! Acho que a diferença está muito mais entre o turista/viajante ser mais ou menos educado em relação aos demais turistas e moradores locais. Independente do meio de transporte e acomodação,o que incomoda é gente que fala alto em lugares restritos, que acha que os atendentes em outro país tem que entendê-lo só porque está pagando, que está de férias e pode tudo, etc.Ótimo post!

  5. Falou e disse, Mari. Concordo plenamente. Eu mesmo gostaria de viajar pra muitos lugares que ainda não tive a chance (aos quais eu viajarei com certeza). Então fico feliz com a minha viagenzinha simplezinha mesmo, até poder fazer aquele viajão, não é mesmo? O importante é curtir e ser feliz.

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